Futuríveis
quinta-feira, novembro 25, 2004
Como aqui chegámos, segundo Medina Carreira.
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Entre 1980 e 2004 acentuou-se a divergência entre o ritmo do crescimento económico e o do aumento das despesas, nos seguintes termos: 1º). A riqueza produzida em 2004 é 80% mais elevada que a de 1980; 2º). Quanto às despesas: as totais, aumentaram 200%; as sociais, 260%; e as das pensões (SS + CGA), 520%; 3º). Os impostos subiram menos que as despesas e atingiram mais 180%. É este desajustamento, profundo e prolongado, durante um quarto de século, entre o volume da riqueza criada, o dos impostos arrecadados e o da expansão das despesas, que suscita as dificuldades orçamentais actuais e gera as maiores preocupações sobre a situação financeira do Estado Português, já a médio prazo.
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Paralisada, a elite politicamente activa e responsável aguarda, sem vergonha, a sentença severamente condenatória que será proferida pelos seus filhos; confusa, ela escuta com ingenuidade os que balbuciam irrelevâncias, mesmo assim não fundamentadas objectivamente; assente na certeza de um futuro pessoal confortável, ela promove só com palavras a justiça social e age como seu principal coveiro; acriticamente e fora do tempo, ela não percebe que o passado luminoso dos “30 gloriosos” é só passado; ela rotula, levianamente, de neoliberais os que se limitam a fazer contas e a mostrar que o perigo não vem das ideias mas da incapacidade que temos para criar riqueza suficiente. Sem as reformas não venceremos o atraso que está na base da nossa debilidade. E a elite politicamente responsável não consegue antecipar os efeitos, social e politicamente arrasadores, que uma crise profunda das finanças públicas provocará, num país com 4 a 5 milhões de pensionistas e funcionários públicos, mas com uma população de 10 milhões de habitantes.
Diário Económico
Entre 1980 e 2004 acentuou-se a divergência entre o ritmo do crescimento económico e o do aumento das despesas, nos seguintes termos: 1º). A riqueza produzida em 2004 é 80% mais elevada que a de 1980; 2º). Quanto às despesas: as totais, aumentaram 200%; as sociais, 260%; e as das pensões (SS + CGA), 520%; 3º). Os impostos subiram menos que as despesas e atingiram mais 180%. É este desajustamento, profundo e prolongado, durante um quarto de século, entre o volume da riqueza criada, o dos impostos arrecadados e o da expansão das despesas, que suscita as dificuldades orçamentais actuais e gera as maiores preocupações sobre a situação financeira do Estado Português, já a médio prazo.
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Paralisada, a elite politicamente activa e responsável aguarda, sem vergonha, a sentença severamente condenatória que será proferida pelos seus filhos; confusa, ela escuta com ingenuidade os que balbuciam irrelevâncias, mesmo assim não fundamentadas objectivamente; assente na certeza de um futuro pessoal confortável, ela promove só com palavras a justiça social e age como seu principal coveiro; acriticamente e fora do tempo, ela não percebe que o passado luminoso dos “30 gloriosos” é só passado; ela rotula, levianamente, de neoliberais os que se limitam a fazer contas e a mostrar que o perigo não vem das ideias mas da incapacidade que temos para criar riqueza suficiente. Sem as reformas não venceremos o atraso que está na base da nossa debilidade. E a elite politicamente responsável não consegue antecipar os efeitos, social e politicamente arrasadores, que uma crise profunda das finanças públicas provocará, num país com 4 a 5 milhões de pensionistas e funcionários públicos, mas com uma população de 10 milhões de habitantes.
Diário Económico
posted by CMT, 11:16 da tarde