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Futuríveis

quarta-feira, dezembro 08, 2004

População envelhecida aumenta uso de transportes

Lisboa debate-se com um sério problema de envelhecimento da população. Em 1991, a população com mais de 65 anos representava 14% do total e em 2001 esse valor subiu para 24%, segundo um estudo feito pela TIS, de José Manuel Viegas, sobre a mobilidade em Lisboa. A população com mais de 65 anos concentra-se sobretudo nas zonas centrais da cidade e ao longo do corredor ribeirinho ocidental. Aqui a população com mais de 65 anos representa mais de 25% do total. Na zona de Alvalade a percentagem de idosos é superior a 33%.De acordo com o estudo, o envelhecimento da população conduzirá a uma maior utilização do transporte colectivo em detrimento do transporte individual, facto que aconselha a que os operadores de transportes e a autarquias adaptem as redes de transportes a este utilizadores.A par do envelhecimento, Lisboa está a braços com uma quebra da população. O número de pessoas que dependem de Lisboa por razões de estudo ou emprego tem vindo a diminuir, na casa dos 10%, sobretudo porque o número de residentes na cidade está em quebra. Em contrapartida aumenta o número de não residentes que trabalham ou estudam em Lisboa.De acordo com o estudo da TIS, nos últimos 20 anos, a população residente em Lisboa reduziu-se em cerca de 30%, passando de 807 mil habitantes em 1981 para 565 mil em 2001. No mesmo período, a área metropolitana de Lisboa viu a sua população aumentar em 7% para 2,7 milhões de habitantes, o que aconteceu à custa do crescimento dos concelhos de Sintra, Sesimbra, Alcochete, Seixal, Mafra, Palmela e Vila Franca de Xira.De acordo com o estudo, a cidade de Lisboa tem uma densidade populacional muito baixa quando comparada com cidades europeias como Londres, Paris ou Barcelona. As zonas mais antigas da cidade são as que têm densidades mais elevadas, caso de Arroios, Bairro Alto, S. Vicente, Beato/Centro e Castelo.No que respeita ao emprego, as zonas de Lisboa com maior concentração são o eixo Av. da Liberdade e da Almirante Reis até ao eixo transversal definido pela Avenida das Forças Armadas e a dos Estados Unidos da América. As avenidas novas concentram cerca de 15% do total de emprego na cidade.O estudo constata a perda de competitividade da capital para atrair emprego qualificado a favor de zonas como Oeiras, no caso do sector terciário, e para Sintra, Vila Franca de Xira ou Azambuja no sector secundário. Tanto é que a oferta de emprego em Lisboa tem caído.O trabalho e o estudo trazem muita gente a Lisboa. Todos os dias entram na cidade 231 mil veículos, além dos 185 mil que atravessam a cidade, 44% do total. Os corredores que descarregam mais veículos em Lisboa é o de Cascais, com 66 mil/dia; e o Amadora/Sintra com 56 mil/dia. No total circulam 628 mil veículos/dia em Lisboa.

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Em termos da mobilidade, estima-se que os residentes em Lisboa realizem cerca de 1,09 milhões de viagens por dia, das quais cerca de 22% é realizada a pé, 32% são realizadas em transporte individual e 44% são realizadas em transporte colectivo. A taxa de motorização evoluiu de 232,5 veículos em 1993 para 281,8 veículos por mil habitantes em 2003, o que permite estimar que o parque automóvel da população residente em Lisboa ronde 159 mil veículos.Cerca de metade das viagens que se desenvolvem na cidade são realizadas por pessoas a regressarem a casa. Os motivos obrigatórios, como trabalho e estudo, representam 21% do total.No que respeita aos não residentes, estima-se que a população da AML realiza 1,19 milhões de viagens por dia (52% do total), com pelo menos um extremo da viagem em Lisboa. Destas viagens apenas 4% são internas à cidade.Em média, a população não residente em Lisboa realiza 2,10 viagens por dia, com pelo menos um extremo na cidade.Quando se considera o motivo das viagens terminadas em Lisboa, os motivos obrigatórios (trabalho e estudo) representam metade do total de viagens com extremo em Lisboa.O modo de transporte mais utilizado pela população não residente é o transporte colectivo (52,9% do total de viagens terminadas em Lisboa), muito embora a tendência vá no sentido da perda da sua importância.No total, são realizadas em Lisboa 2,284 milhões de viagens/dia com pelo menos um extremo na cidade. A repartição modal das viagens com extremo em Lisboa é favorável ao transporte colectivo, 49% do total, e 35% são feitas em transporte individual.O estudo conclui que existe uma estabilização das viagens terminadas na Baixa, Sta Marta e Av. António Augusto de Aguiar.Assiste-se a uma diminuição das viagens terminadas nas zonas das Avenidas Novas e de Arroios, devido à migração do emprego para outras zonas; aumento generalizado das viagens nas zonas de maior aumento populacional e em que a população é mais jovem; e diminuição das viagens nas zonas ribeirinhas ocidental e oriental.
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